21 de abril de 2013

"Jolanta"

Como devem saber, gosto imenso de ver filmes de época, sejam de histórias verídicas ou não. Hoje vi um filme que, sinceramente, acho que deveria ter tido muito mais exposição mediática, mas como não foi realizado por Steven Spielberg, não teve assim grande notoriedade. Falo-vos do filme sobre Irena Sendler.


Ora esta menina (conhecida também por Jolanta) era Polaca, e trabalhava como enfermeira e também nos serviços sociais. Com a ajuda de outras mulheres, conseguiu salvar a vida de 2500 crianças judias, dando-lhes documentos falsos e conseguindo que famílias Polacas lhes dessem guarida. Algumas continuavam nessas famílias, outras iriam para conventos. Tudo era válido. Levavam crianças como se estivessem doentes com tifo, algumas era escondidas entre o lixo, em caixões ou até em caixas de ferramentas.


Em 1943 os alemães descobriram as suas actividades, e ela foi torturada pela Gestapo. Mais tarde sentenciada à morte. A resistência Polaca conseguiu subornar alguns guardas alemães e quando ia para ser executada, um dos guardas chamou-a à parte e deixou-a fugir. Ela continuou nas listas de pessoas que foram executadas, mas claro, continuou escondida até a guerra acabar, apesar de continuar o seu trabalho com as crianças Judias.

O mais dificil foi sem dúvida convencer as mães a se separarem dos filhos. Mas ela guardou o registo de todas elas, e onde foram colocadas, para mais tarde reuni-las com as suas famílias de origem. Guardou tudo num frasco, e escondeu-o num jardim. Infelizmente, a maior parte dessas famílias tinham sido exterminadas durante a guerra...


Irena Sendler faleceu a 12 de Maio de 2008 com a bonita idade de 98 anos. E digam o que disserem, para mim tem cara de Anjo...  RIP.

17 de abril de 2013

Rosie, the Riveter

Cada vez mais se nota o crescimento da onda Vintage. Já inspira videoclips, filmes... enfim.
Desde há uns tempos que decidi colocar aqui a imagem de um poster muito famoso da época da Segunda Guerra Mundial. É este:

Rosie, the Riveter
Nele, as mulheres eram encorajadas a ingressar nas fábricas enquanto a força laboral masculina estava na guerra. E quem era a "Rosie"? Qual a sua história?
Bem, acredita-se que a inspiração para este poster foi uma rapariga de 17 anos chamada Geraldine Doyle.

Doyle em 1942, com 17 anos.
Reza a história que Geraldine foi trabalhar para uma fábrica de pressar metais, com 17 anos. Como tocava violoncelo e tinha medo de se magoar, cedo decidiu sair de lá. Durante o pouco tempo que lá esteve, houve um fotógrafo da United Press International que lhe tirou uma foto.


E foi essa foto que, reinventada pelo artista gráfico J. Howard Miller, transformou-se no famoso poster.


Foi só nos anos 80 que o poster "We Can Do It" passou a ser conhecido. Ela não sabia que tinha sido a inspiração para esse poster, excepto nos fins dos anos 80 quando saíu uma reportagem num jornal com as suas fotos dessa época e falando sobre o assunto.

Geraldine com o Poster.
Geraldine faleceu em 26 de Dezembro de 2010, com 86 anos. Teve 5 filhos, 18 netos, e 25 bisnetos.

Até foi criada uma canção sobre a "Rosie, the Riveter".  :)

9 de abril de 2013

Apresento-vos..... JIP HARTOG!

Finalmente chegou o dia da minha entrevista. Acho importante que conheçamos outras pessoas, de diferentes países, que tenham os mesmos gostos/interesses que nós. Até porque em outros países, o Vintage está muito mais "evoluido" do que por cá. E porquê a Jip? Passo a explicar:

Conheci o blog da Jip (Old-fashioned at heart) através de uma amiga comum. A Jip é, talvez, a rapariga mais nova que conheço (17) que gosta dos tempos antigos e se veste inteiramente com roupas dos anos 30. Depois vi-a numa entrevista que fez para a CNC World e lá dizia algo que me tocou pessoalmente. Passo a citar: "Gosto particularmente da maneira como as pessoas eram muito mais educadas naqueles tempos. Mas também a música. Há tantas coisas que não gosto na actualidade. Quando terminar os meus estudos gostaria de me tornar uma dona-de-casa. Gostaria de ser responsável pela casa e fazer coisas para o meu futuro marido, como limpar e cozinhar. É difícil explicar porque eu quero isto, mas é o que sinto. Preferiria viver a minha  vida assim do que ter de dividir a lida da casa com uma grande carreira." E porque me tocou? Bem, porque não é fácil afirmar algo do genero actualmente, quando todas as pessoas só pensam em dinheiro e grandes carreiras, e as donas-de-casa são vistas como preguiçosas e sem objectivos... Por isso fiquei logo a admirar a Jip.  :)

Então vou passar à entrevista. Mas antes de mais, apresento-vos a Jip.


1- Sei que adoras os anos 30 e 40. Quando começaste a gostar dessa época? 
Comecei a me interessar por essas eras anos antes de sequer começar a pensar usar roupas vintage. Desde muito cedo que já me interessava por História, especialmente pela Segunda Guerra Mundial. Quando tinha nove anos li o "Diário de Anne Frank" e desde aí fiquei cada vez mais interessada por essa época. Há dois anos desenvolvi um grande interesse por roupa Victoriana. Gostei imenso, mas sabia que não a poderia usar. Então perguntei a mim mesma: "Qual é a era mais antiga com roupa que ainda se pode usar razoavelmente? Então descobri os anos 20, 30, 40 e 50. Mas prefiro os anos 30 e 40. 

 
2- Quando decidiste viver o estilo Vintage?
Não sei bem. Primeiro comecei a usar roupa Vintage, e depois gradualmente comecei a incorporar mais objectos vintage na minha vida. O que realmente me inspirou foi a maneira como alguns dos meus amigos vivem. Têm um estilo de vida completamente Vintage. Apercebi-me que prefiro viver assim do que um estilo de vida moderno.

3- O que é que os teus pais pensam da tua decisão?
Os meus pais não se importam, e eu agradeço. Algumas vezes eles não entendem muito bem porque eu quero algumas coisas, como ser dona-de-casa. Mas não se importam que eu goste de coisas antigas.

 4- Vestes assim na escola também? Se sim, alguma vez tiveste problemas com os teus colegas devido a isso?
Sim, eu uso roupas dos anos 30 e 40, 24hrs por dia, 7 dias por semana. Nunca tive problemas, mas há pessoas que têm reacções estranhas. Chamam-me "avózinha" ou "Anne Frank". Mas não me importo. Vejo isso como elogios!

5- Só ouves música Vintage, ou também os hits actuais?
Prefiro música antiga, como Glenn Miller e Vera Lynn. Mas ouço músicas de alguns filmes que são obviamente modernas. Para além disso, adoro Chopin e Schubert.

6- Onde compras as tuas roupas e acessórios? Há lojas vintage no teu país, ou compras tudo on-line?
Algumas coisas acho no Ebay, algumas em Amsterdão. Lojas de antiguidades e feiras da ladra também são óptimos lugares para achar tesouros Vintage. Mas nem sempre. Algumas vezes tenho muita sorte e consigo achar coisas muito giras dos anos 30 ou 40 por pouco dinheiro.

7- Quem é a tua Diva vintage preferida?
Inspiro-me em fotos dos anos 30 e 40. As roupas, o cabelo... Gosto de ser históricamente correcta, por isso alguma pesquisa tem de ser feita. A minha amiga Lindsay Lane parece sempre uma estrela de cinema! Adoro o estilo dela e o cabelo dela é perfeito.


Lindsay Lane
8- No futuro queres ser uma dona-de-casa. Achas que terás pena por não ter uma carreira, mesmo que fosse relaconada com o Vintage? (como por exemplo, modelo vintage)
Desde pequena que queria casar um dia. Agora decidi que quero casar e ser também uma dona-de-casa. Uma grande carreira não é para mim. Estou a estudar para ser uma costureira, para eu poder vir a fazer roupa para o meu marido, filhos e para mim, assim como para outras pessoas, tal como antigamente.

9- Se te apaixonasses por um homem que não aceitasse o teu sonho e quisesse que tenhas uma carreira, o que farias?
Acho que não me apaixonaria por um homem assim. Sou muito exigente em relação a rapazes, o que pode explicar o facto de eu ainda não ter namorado. Só espero um dia conhecer o jovem perfeito para eu casar.  :-)
 
10- Parece que o Vintage está cada vez mais na moda. Achas que ajudará quem tem essa paixão, ou quem se veste fora do "mainstream" será sempre criticado?
Creio que há pessoas que se inspiram no Vintage para vestir, e há pessoas que só usam peças originais. Mesmo quando roupa Vintage está na moda, acho que serei sempre criticada por usar roupa em segunda mão, ou antiga. Algumas pessoas acham que essas roupas são sujas ou nojentas, só porque alguém as usou antes. Eu não me importo. Cada peça de roupa Vintage é um pedaço de História.


11- Usas só roupas originais?
Sim, o mais possível. Algumas vezes uso roupas modernas, como cardigans, meias-calça, roupa interior ou sapatos. Mas sempre ao estilo dos anos 30 e 40.
 
12- Qual é a tua peça de roupa favorita? 
Um vestido crepe floral de duas peças que encontrei numa loja de segunda-mão por 8€. Alguns dias atrás refi-lo completamente. Substitui os botões e voltei a cozer as costuras. Também adoro os meus sapatos pretos de 1930 que uso na foto. São confortaveis, práticos e lindos. O meu tipo de sapato.  :-)


13- Quais são os teus projectos futuros?
Os meus projectos futuros são: costurar lingerie dos anos 30/40, uma saia de inverno, fazer em malha um turbantedos anos 40 e um snood em crochet. Mas há tantas coisas mais que quero fazer!  


E pronto, espero que tenham gostado!
Por mim, posso dizê-lo, fiquei fã desta menina tão doce e tão simpática. Apesar da distância, é isto de bom que a internet tem, aproxima as pessoas que por vezes nem falam a mesma língua, mas que têm tanto em comum. Gostei imenso de te conhecer Jip, e só desejo as maiores felicidades!

8 de abril de 2013

Fada do Lar

No fim de semana decidi começar a treinar algo que nunca liguei muito, mas que me faltava aprender melhor: malha. Depois de umas dicas da mãe e de comprar linhas e agulhas, decidi começar por algo bem simples: um cachecol para o namorido. Tipo este aqui, dessa côr e tudo:


Estou a gostar imenso. Saber que fazemos algo com as nossas mãos que vai ser útil, é muito gratificante.

Mais novidades? Bem, estou a preparar uma entrevistinha para vocês, a primeira entrevista deste blog. Mas é surpresa!  ;)